quarta-feira, maio 25, 2011

Carta para viver


Desde agosto de 2009, quando resolvi mudar de profissão (até essa mudança um longo caminho foi percorrido) e tomei a atitude de estudar com afinco, passei a não ter uma vida social que se possa dizer “Nossa! Que vida social!”. E, com o tempo, foi ficando quase nula. Estou com meus livros e meus livros e eu. Viagens? Só fiz duas desde agosto de 2009 (e estamos em maio de 2011). Estou para não viver!!!
Passo tanto tempo sozinha que quando converso com alguém sinto que estou sofrendo da “síndrome do papagaio”: fico falando até quando a pessoa não está ouvindo. É... tornei-me uma “concurseira”!! Mas ainda não estou no ponto de passar, pois, segundo uma amiga minha, a mulher só está no ponto de passar quando ela se torna uma baranga e, por enquanto, ainda tem gente me achando bonita. (Preciso “abarangar” para ficar mais confiante nos concursos... hehehe...).
As viagens... me fazem tanta falta, mas eu preciso manter o foco!! Sempre!! Contudo, como se eu pudesse ver através dos olhos dos outros, fico “sugando” informações dos meus amigos, dos conhecidos e até dos desconhecidos!! Fico procurando “viver”, um pouquinho que seja, a emoção de viajar... de ver novos lugares... novas culturas... conhecer outras pessoas... enfim, adquirir conhecimento e lembranças!! Vou vivendo como “uma parasita das viagens dos outros”!
Segue o último “e-mail”(enviado em 21/05/2011) que mandei para ver dicas de uma viagem:

"Oi, pensei em você nesses últimos dias, pois o que eu vi, li ou ouvi tinha alguma coisa a ver com “New York”.
Associei você a NY nos últimos dias, então, inevitavelmente, acabo lembrando de você. Até um filme que inventei de assistir sexta-feira (“Something borrowed” – filme bem água com açúcar, porém legal) era ambientado em NY. Por isso resolvi escrever para lhe desejar um ÓTIMA VIAGEM para sua NY, sim, por que na minha cabeça, Nova Iorque já é sua!
Se morássemos na mesma cidade, iria lhe fazer uma encomenda (por mais que eu tenha visto seu alerta no MSN!). Iria lhe pedir uma folha do Central Park (local que irá fazer “as vezes” do “seu” Ibirapuera – sim, porque, para mim, ele também é seu – para suas corridas, se houver um tempinho para elas). É... mas esse posto de coisas inusitadas já é de Joselito (e não é o sem noção – aliás, só quando ele inventou de me trazer uma “carranca” do Drácula). Mesmo que não o fosse, não teria a mesma graça, pois era provável que eu nunca visse a tal folha, por mais que, por alguma hipótese, você se dispusesse a trazê-la.
Calma, não ficará impune, porque você é “O” cara das dicas!!
Queria uma dica... na verdade, estou querendo viver um pouquinho através de seus olhos. Ver um pouquinho do que você ver por aí afora. Fazer você de “apoio” (você disse que eu estava fazendo isso, agora aguente! Heheheh – brincadeira...). Calma, já disse... Não fique em pânico!!! Só quero duas fotos... Não, não são fotos suas, porque eu sei que você nunca mandaria... São “fotos de dicas” para o dia que eu for conhecer a sua NY: o lugar mais bonito; o restaurante mais exótico (me descreve o sabor...); o lugar do Central Park que mais lhe chamou atenção quando deu sua corridinha por lá; o “lugar” mais engraçado ou mais aconchegante... não sei, só duas, só duas dicas... não vai doer em você e tornará meus rotineiros dias menos rotineiro, pois me permitirei pensar no dia em que voltarei a viajar como eu gosto. Meus pensamentos motivam e movem minhas ações. Pensar nas prováveis coisas boas do futuro, ajudam a me concentrar nos enfadonhos dias do presente.
Imagine meus olhos sorrindo e lhe pedindo isso com um “por favor” bem “por favoooor” (até por que é um favor mesmo..). O quê? Já está esquecendo o português por causa de algumas semanas em NY?? Mando um “please” bem “pleeeeease”! Agora não tem desculpas... ;D
AaaaaaaaaaaaaaH!!!! Tá bom...
Só para lhe desejar mesmo uma boa viagem!! Que você aproveite muito o curso e, depois, o tempinho de folga para relaxar um pouco (as pessoas precisam relaxar de vez em quando...).
Beijo grande e um abraço forte!! Felicidade, sempre!" 

E, assim, eu vou aguardando as respostas... vou vivendo o mundo através dos olhos dos outros...
Vou vivendo através das cartas... dos e-mails... das lembranças de viagens... e da minha própria imaginação.

AnMi

sábado, maio 21, 2011

Mistérios de um olhar

Um sorriso doce, um olhar cativante.
Um homem e um mistério.
Que perigos podem existir??
Apenas um belo sorriso??
Duvido.

Sentir sua presença.
Sentir seu calor.
Sentir seu olhar.
 
Seu olhar...
Diferente, mágico...
Seu sorriso...
Menino, doce...

Perigos...
Arriscar??
Um mistério...

**Escrito em 2005, esse texto é uma homenagem a um amigo querido, que continua o mesmo moleque de sempre (Acredita que uma vez me pagou um sorvete só para me ver com o rosto lambuzado? Eu não sei tomar sorvete!!).

Cena do filme: chuva. Lembrança: realidade.


Tenho tanta, tanta, tanta, tanta... tanta coisa para escrever que não sei nem por qual assunto começar.

Hoje (ou ontem, uma vez que já são 03h20' da madrugada), em razão da mudança que fiz na minha vida, tive aula no período matutino e noturno. Durante a tarde “vagabundei” no shopping como não fazia há muuuuito tempo numa sexta-feira. Almocei com minha mãe, depois tomamos um café com as “”Luluzinhas” e fui ao cinema (pois a tarde de estudos já estava esfacelada mesmo). Assisti o filme “O noivo da minha melhor amiga” (Something Borrowed). E?? PQP!! Comecei a pensar muito na minha vida “amorosa” por causa de uma determinada cena do filme. Por quê? Porque eu sempre fiz como a advogada Rachel do filme... eu sempre desisti, por que era mais fácil “sair pela tangente”. É mais fácil dizer que não acredita nesse negócio de lutar por amor. Dizer que as pessoas se escolhem. Achar que o amor é fundamental e que a parte física (beleza e sexo) devem sempre ficar em segundo plano. Pois é.. sexo para mim é um tabu. Chocou-se? Problema seu, pois todas as pessoas são diferentes. (Viu só como eu ajo?? Terrível... Juro que sou a dona da verdade, mas acho que não sou mais dona nem do meu nariz!)

Voltando à cena do filme. As personagens Dex e Rachel deixaram de falar ou de agir no passado e só se dão conta disso uns seis (06) anos depois – no filme, tudo acaba se acertando. Ótimo para eles!! Porque no meu caso, parece sem jeito. Não, não pense que sou uma criatura seca, sem coração. Já me apaixonei, tive um grande amor, me senti muito amada... bom, no final, eu sempre estrago tudo. Estrago mesmo, às vezes nem deixo a história começar.

Tenho mil mecanismos de fuga.

Tenho uma “couraça” quase intransponível. Meus sentimentos?? Nossa Senhora!! Consigo disfarça-los tão bem e tenho um autocontrole tão grande que penso que poderia ser atriz. Porém, quando me deixo falar... sofro. Sofro porque não sei (e nem teria como adivinhar) o que a outra pessoa sente. O pior de tudo é ficar achando que o homem só tem a visão do físico. Sim, às vezes penso que o que eles falam não é verdadeiro, é tão somente para tentar lhe levar para cama.

Duro é descobrir, anos depois, que um sentimento fortíssimo foi obrigado a se “enterrar”. Foi enterrado vivo. Vivíssimo. Quente. Forte. Inexplicável.

Essa semana tive contato, ainda que não pessoalmente, com três situações (caras) que estiveram na minha vida.

O 1º foi alguém por quem me apaixonei em 2004 (2004-2007) (amei muito, muito mesmo. Fiquei sem chão quando resolvi que era melhor terminar, pois alguns problemas entre nós estavam se agravando, o que deu abertura para uma 3ª pessoa se aproximar. Ele casou com essa 3ª pessoa, mas, sem qualquer sombra de dúvida, o amor foi “enterrado vivo”, de modo que ele ainda grita tentando ser ouvido... está sufocado). (E se?)

O 2º (2007-2010) foi alguém que me amou muito e que eu tentei, com todas as minhas forças, retribuir. Eu fracassei. Talvez porque depois de uma amor tão forte, a “terra” não tenha tido nutrientes suficientes para nutrir esse novo amor. (E se?)

O 3º (abril e os primeiros 4 dias de maio de 2011) foi alguém distante que fez surgir uma empatia. Não posso explicar. Não consigo. Só sei que me senti apaixonada mais uma vez. É... mas sabe o que acontece?? Meu lado hiper mega racional vem e... fiz todos os balanços, levanta os prós e os contras... acha sempre mais contras.. Bom, sufoquei a possibilidade do amor e/ou da paixão. Cometi um “infanticídio” com o amor-paixão que estava nascendo. Julguei ser impossível. Tanto o amor vingar, como o fato do carinha está realmente com intenções duradouras (denominemos assim) comigo. Mas uma vez, sofri. Dessa vez foi pouco, foi proporcional ao tempo que nos comunicamos. Mesmo assim... ainda penso. (E se?)

Fora os outros carinhas que percebi de longe que não queriam nada com nada. Esses? Mandei passear bem longe do meu jardim.

A vida é feita de escolhas. Eu escolhi ser mais “tradicional”. Posso até sofrer mais com isso, mas é uma escolha minha. Ou será que não é? O fato é que às vezes sinto necessidade de arriscar mais. Penso demais. Calculo demais os riscos. Fujo demais. Porém, no fim das contas, eu me sinto feliz. Por que, hein?

Concluo que foram três caras diferentes, com três formas de sentir. Gostei de ter vivido as três experiências, por mais que elas ainda perturbem o meu juízo. É melhor ter vivido, ainda que contido.

Acho que esmiuçarei essas três situações em outras publicações, porque esse texto já foi muito além do que deveria.

Ficarei com meus pensamentos (absolutamente ocultos e com o coração mais confuso que letra de médico).

Descobrindo a volta

Tantas coisas aconteceram em minha vida. Fatos, pensamentos, opiniões, observações, “achismos”, “paixonites”, enfim... “muitas coisas” ocorreram nos meses seguintes a minha última postagem (em 2009). Nem tudo posso falar, não posso ser tão franca. Mostro-me e me escondo, concomitantemente, atrás das palavras.

Ia e vinha, no período em que não escrevi.

Ia e vinha, somente para ler o que eu mesma havia escrito.

Ia e vinha, tudo que aqui estava escrito ainda era real, verdadeiro.

Ia e vinha, lia.

Ia e vinha, pensava.

Ia e vinha, chorava.

Ia e vinha, sentia saudades.

Ia e vinha, sorria.

Ia e vinha, lembrava.

Cansei de ir e vir passivamente. Retomarei a escrita.

Sinto a necessidade de falar e de escrever o que sinto, das coisas que passo.

Em dois anos mudei minha vida. Não digo que para melhor ou pior, apenas mudei. Sinto-me aliviada, ao mesmo tempo que a mudança (ou o caminho que preciso traçar para a mudança) me traz angústia, incerteza, um certo desespero.

Esse blog tomará um rumo diferente, uma vez que será mais prosa que versos. Preciso expressar: o caminho, os pensamentos, as impressões, os sentimentos, a alegria, o amor, a dor, família, amigos, encontros, desencontros, o sonho, a persistência, a busca, a constância, os livros, os filmes... e todos os outros substantivos do meu dia a dia que eu conseguir verbalizar.


Sentimentos...

"Não sou de demonstrar sentimentos, mas sou cheio deles. Eu sofro em silêncio, amo com o olhar e falo por sorrisos."
William Shakespeare