sábado, abril 14, 2012

Carinho em grãos de café

Incrível como coisas simples podem trazer sentimentos de volta.

Nesta quinta-feira, 12 de abril, eu estava terminando de tomar um café pingado (Café com leite, muito mais café que leite) no espaço de uma cafeteria quando olhei em direção à praça de alimentação do shopping. No momento, acabavam de sentar ao redor de uma mesa uma jovem e duas senhoras magrinhas e bem idosas – uma delas parecia sentir frio. A jovem retirou de uma sacola de compras um casaquinho novo – que pelo modelo parecia que teria sido comprado para ela – e o colocou sobre os ombros da senhorinha que sentia frio. Vi tanto amor nesse gesto, mas tanto amor que me emocionei. Lembrei das vezes em que estive com meus avós na cafeteria que agora estava sentada. Lembrei de uma vez em especial, há menos de um ano.

Lembrei de quando atravessei quase toda a praça de alimentação para ir à cafeteria porque meu avô estava com frio e na cafeteria seria mais quentinho. Quando chegamos à cafeteria, fomos abordados por outro senhor que disse que tinha acompanhado nossos passos desde a praça e viu o quanto havia cuidado e carinho entre avô e neta. Essas palavras aqueceram ainda mais meu coração e meu avô ficou feliz da vida, afinal, ele também sempre gostou de pessoas novas para conversas e dessa vez não foi diferente (conversou bastante com esse senhor).

Nesta quinta-feira, ao terminar meu café, lembrei que não podia mais repetir a cena com avô, pois ele partira em agosto de 2011, mas fiquei feliz porque ele sabia que eu o amava e, por isso mesmo, fui até a praça de alimentação e disse à jovem o quanto o gesto dela tinha me emocionado, pois não é todo mundo que consegue ter respeito e cuidado com os idosos. E lá fui eu embora, acompanhada do meu namorado, mas não pude deixar de olhar para trás e ver o amor e o carinho familiar demonstrados em pequenos gestos.

segunda-feira, julho 11, 2011

Às vezes, eu tenho a impressão que as lágrimas lavam a alma e acalmam o coração...

terça-feira, junho 21, 2011

Caminhos (1/2)

Andei com receio de ler alguns blogs que me fazem pensar. Por quê? Porque eu já vinha pensando demais em um monte de coisas. Mas, vi mais um link no facebook e não resisti. Fui lá ler. E?? Bom, aqui estou tentada a escrever tudo que andei pensando.
É verdade que muita coisa eu já digeri; outras eu nem engoli e cuspi; e outras exponho aqui.
Tive muita muita muita vontade de chorar... e chorei. Pelos mais diferentes motivos.
Nos últimos dias de maio e nos primeiros dias de junho, eu senti uma paz interior tão grande, era tão forte a presença do Espírito Santo que eu chorei. No dia 04 de junho, trabalhando em um encontro de jovens católicos, eu senti novamente, mas de uma maneira tão intensa que chorei compulsivamente. Era uma sensação de amor muito grande. Uma energia que me envolvia que eu não sei explicar... só lembro que senti essa mesma energia, nessa mesma intensidade, quando eu tinha 15 anos. E a mesma necessidade de repassar isso a outras pessoas... de abraça-las bem forte, de sorrir, de dizer alguma coisa, de ao menos apertar a mão... não sei... mas é algo que não pode ficar só dentro de mim.
É... é por essa e outras que minha mãe diz que eu já nasci uma “criança-madura”, não que eu não brincasse (sou uma moleca até hoje), mas porque eu nunca consegui ser uma pessoa indiferente.
Eu sempre tive uma atenção muito especial ao idosos. Um respeito imenso. Eu nunca souber explicar o porquê.
Lembro do cheiro de rosas da minha bisavó paterna, que faleceu quando eu tinha 9 anos (mas eu insisti em ir me despedir dela. Ainda ainda tinha o cheirinho de rosa... aquela rosa francesa grandona – que eu nunca acho um canto para comprar em Natal). De como eu tentava me comunicar escrevendo para minha tia-bisavó paterna que tinha perdido a audição... De como eu sinto a presença do meu avô paterno sem nunca tê-lo conhecido (mas sou fisicamente muito parecida com ele). De como sinto o cheiro do cachimbo da minha avó materna (do qual eu me acabava de alergia, mas hoje faz tanta falta...). Das palavras sábias e cheias de graça do meu tio-bisavô materno, falecido em 2009.
Outro dia me peguei pensativa por causa do meu avô materno e da minha avó paterna... Um pensamento que se misturava a minha nova condição de “concurseira”, que se misturava ao que eu tinha lido nos blogs do “Garoto Bacana” e no de “Duda?”, que se misturava a situações que eu tinha vivido, que se misturava com a minha fé e com o abalo que ela sofreu em abril de 2009, que só vim a terminar de reestrutura-la com textos desses dois blogs e com a volta da Pastoral dos Adolescentes (depois de 8 anos inativa). Nada é por acaso.
Ah! Quer saber por que eu estive pensativa??
Vamos começar...
Eu já fui do Conselho Municipal do Idoso em Natal (de março de 2007 a junho de 2009), pelo assento da OAB/RN e aprendi muito, muito mesmo! Ajudei a fiscalizar as ILPI's (como se chama atualmente os antigos abrigos), orientei em algumas questões jurídicas, mas, acima de tudo, percebi voltados a mim alguns olhinhos que eu nunca vou esquecer... não há como descrever... e não há como não me emocionar novamente... agora... (não sei como continuar a escrever, mas eu não posso parar, eu preciso dizer... expressar).
(Meu Deus, ou Abba de Duda, eu prometo nunca mais dizer que o meu tempo na advocacia foi perdido. Eu ganhei experiência junto a OAB/RN que me removem profundamente por dentro, mesmo quando eu estava nas terças-feiras pela manhã como, novamente, representante da OAB/RN no Tribunal Administrativo de Tributos Municipais ou, “espontaneamente”, como defensora dativa no Tribunal de Ética da OAB/RN).
Voltando...
Uma vez no Instituto Juvino Barreto (ILPI em Natal), uma freira bem idosa me perguntou toda alegre se eu conhecia os pais dela, a irmã caçula dela, também freira e idosa, de pronto tentou me explicar baixinho que a irmã sofria do Mal de Alzheimer. Lembro que sorri e de dizer que não os conhecia, mas que um dia poderia conhecê-los (aprendi que não podemos ir contra as boas lembranças que o Alzheimer pode trazer à tona). Porém, em algum dos dias que estive por lá, um encontro ajudou ainda mais a mudar os rumos da minha vida: encontrei uma advogada por lá, uma senhora que foi bem conhecida em Natal, que falava uns quatro idiomas, ganhou muito bem como advogada, tinha uma bela casa (que por ela já não estava ocupada), mas não tinha constituído família. Ao que parece só lhe restava um sobrinho. No alto de sua senilidade, ela misturava os idiomas: os seus preferidos era o francês e o espanhol. Olhei aquela mulher... tão culta, mas no fim da vida, tão esquecida.
Mas o que isso tem a ver como meus avós? Calma, eu chego lá... em algum lugar vou conseguir reunir de novo os pontos da história.
Observando essa advogada, eu comecei a perceber que eu estava me dedicando muito a minha profissão. Trabalhava muito, muito mesmo. Ainda me desdobrava para conseguir a essas atividades paralelas da OAB... e, de repente parei, pensei: aonde eu estou querendo ir? Já não tinha tempo para priorizar uma academia, meu rosto estava ficando sofrido, mal cuidado, bem diferente de quando eu havia terminado a faculdade. E minha família? Meus pais? Meus irmãos? Só os via mesmo no horário do jantar e nos finais de semana. Ainda precisava me equilibrar para ver meu namorado (que mega reclamava da minha correria – bom, preciso dizer que sempre acho que os homens não conseguem entender quando uma mulher é mais ocupada do que eles), minhas afilhadas que nasceram nesse meio tempo (que para puder passar um tempo com elas, ligava para minha prima dizendo que esquentasse os resto do almoço que eu estava passando por lá, às 15h – almoçava e dava a mamadeira de uma das gêmeas – e depois ia embora, feliz da vida por causa de alguns minutos de paz) e meu amigos... tenho até hoje os verdadeiros amigos, que nunca me esqueceram, mesmo diante de minha ausência.
Comecei a pensar em mudar, em trocar de profissão. A advocacia privada é um sacerdócio, comecei a achar que não tinha vocação, por vários motivos (alguns deles escritos nessas muitas linhas), porém eu não conseguia uma brecha para me dedicar aos estudos. É... aprendi a duras penas que tudo é uma questão de querer priorizar. Como? Deus foi enfático comigo e eu demorei a entender.
Como eu vinha pensando muito em mudar de profissão e também porque vivia adoecendo, resolvi ir a uma missa de cura na paróquia vizinha, celebrada por Pe. Nunes, acordei às 4h da manhã, com o barulho que fiz, meu pai acordou também e disse que ia, como havia dito no dia anterior. Fomos nós dois, logo cedo, pois a missa era em dia de semana, salvo engano uma quarta-feira, e começava às 05h. Fomos no meu carro. A missa de cura era linda e envolvente.
Quando terminou, deixei meu pai em casa, tomei café rapidinho e fui ao oftalmologista, pois iria fazer uma consulta e aproveitar e tirar uma dúvidas sobre uma ação que eu precisava elaborar a tese (ou eu precisava elaborar a tese e marquei uma consulta? De fato, não há como negar, dedicação total a advocacia). Lá estava eu me consultando com Dr. Cyro Bezerra com alguns documentos na mão (sem enxergar mais nada do que estava escrito nos gráficos – mas eu já tinha decorado os locais das minhas dúvidas). Tudo certo... ou não? Quando eu percebi que tinha esquecido os óculos escuros e eu, que já tenho fotofobia, não conseguiria ver nada na claridade que estava lá fora, liguei para o meu pai e pedi para ele me buscar no carro dele, que depois eu dava um jeito de pegar o meu carro. Meu pai, minha mãe e meus irmãos são anjos em minha vida, de modo que meu pai disse que daria um jeito e iria.
Ele foi, mas não chegou onde eu estava. Não conseguimos mais nos falar... eu não conseguia entender o que ele dizia ao telefone... achei que era falha na ligação. Tentei mais uma vez... e chegou a minha vez de entrar para a consulta.
Quando saí, um bom tempo depois de ter tirado todas as minhas dúvidas para a ação, eu liguei novamente para o meu pai e quem atendeu foi minha mãe. Eu cegueta e desorientada, só entendi que painho havia passado mal quando havia chegado na rua do oftalmologista, mas que estava bem e que eu fosse para casa.
Só posso dizer que demorei o dobro do tempo e que vim me guiando pelo meio fio da ruas, pois o asfalto era um espelho com reflexos do sol às minhas pupilas dilatadas.
Quando cheguei em casa entendi porque não conseguia entender o que meu pai dizia: ele estava se engasgando com o próprio sangue que jorrava de uma artéria rompida pouco acima do canal do nariz. Quando eu olhei a roupa ensaguentada, pensei: “eu e meu pai fomos à missa de cura hoje de manhã e o Senhor faz isso com meu pai?”
Chorei muito debaixo do chuveiro, pois, pela 1ª vez na minha vida eu estava verdadeiramente brigando com Deus.
Ah! E vocês acham que parou por aí?? Deixe-me dizer... parou não!!
Eu fiquei profundamente chateada, mas, sabe aquela história que nem sempre nos é possível entender os escritos divinos, pois a folha que Deus escreve é tão grande para nós que não conseguimos visualizar todo o percurso (Duda descreve muito bem isso: http://eduardachacon.blogspot.com/2011/05/um-recado-de-deus.html).
Comecei a ter uma pista que aquilo era uma cura quando uma médica disse ao meu pai: “o senhor é um felizardo mesmo, porque se essa veia – até então pensava-se que era uma veia rompida – tivesse se rompido no cérebro, pela intensidade do sangue expelido, seu cérebro teria ficado boiando”. Sim, mas porque não parou??
Passamos duas semanas correndo com meu pai para o hospital... foram duas semanas em que eu parecia um zumbi. Toda vez que a pressão do meu pai subia, ele começava a sangrar novamente. Ou começava a sangrar novamente e a pressão subia (e muito!). Se já não bastasse, a pressão arterial da minha mãe subia junto, pois a dela é emocional. Houve madrugada que a cada 30 ou 40 minutos eu ia lá medir a pressão dele, estava tão cansada que já não conseguia acordar sozinha. Um dos meus irmãos acordava no horário correto e me acordava para eu poder ir lá medir. E, quando pensávamos que tudo estava se controlando, lá meu pai começava a sangrar novamente.
Já estávamos indo ao hospital não sei por que vez, quando eu disse ao médico que meu pai só sairia de lá quando alguém arranjasse uma solução, pois bem, o único que arranjou a solução foi Dr. Felipe de Sá, cardiologista, com Dra. Clara Calhau, Otorrinolaringologista, que resolveram por uma pequena cirurgia e só assim descobriram que era uma artéria que estava rompida, por isso jorrava de forma mais intensa e os medicamentos não conseguiam estancar o sangramento.
Só consegui entender verdadeiramente a seriedade do que poderia ter ocorrido com o meu pai ao ler o blog de um amigo (http://garotosbacanas.blogspot.com/2011/05/quando-eu-parei-de-discutir-com-deus.html). Eu demorei muito tempo para entender que a artéria rompida perto do nariz era, na verdade, uma cura, pois o que foi um chato sangramento poderia ter sido um grave AVC.
Mas o que isso tem a ver com os velhinhos?
Meus pais vêem seus pais todos os dias. Não moramos na mesma casa dos meus avós, mas todos os dias meus pais visitam seus pais que ainda estão vivos. A presença da família é algo muito forte.
Quando meu pai passou essas duas semanas doente, foi um “rebuliço”, porque eu e meus irmãos tivemos, além de cuidar de painho, ter que nos revesar com nossos tios paternos para “despistar” vovó do que estava acontecendo com meu pai, para que ela, que sofre do Mal de Alzheimer (em um estado estabilizado por causa dos tratamentos) não sofresse nenhuma piora.
Ah! Perceberam que eu passei duas semanas sem trabalhar direito e mesmo assim o mundo não deixou de rodar? Os processos não deixaram de andar? Os meus colegas advogados trabalharam muito bem sem mim... ao final, dessa duas semanas, que culminaram com o dia do meu aniversário em 2009, eu já me sentia mais livre. Ganhei a consciência de que o mundo não vai parar de girar se eu puxar o freio de mão da minha vida. Freei. Escolhi. Tracei novos caminhos.

*Termino esse texto por aqui... mas esse não é o fim, pois de 2009 a 2011, muita coisa aconteceu. Ainda vou continuar o texto falando de algumas coisas que aprendi com os idosos e como fiquei indignada com o fato de ter sido retirado, pelo bem da saúde psico-física, o direito da minha avó e do meu avô optarem por se despedir ou não de seus respectivos grandes amigos da juventude.

quarta-feira, maio 25, 2011

Carta para viver


Desde agosto de 2009, quando resolvi mudar de profissão (até essa mudança um longo caminho foi percorrido) e tomei a atitude de estudar com afinco, passei a não ter uma vida social que se possa dizer “Nossa! Que vida social!”. E, com o tempo, foi ficando quase nula. Estou com meus livros e meus livros e eu. Viagens? Só fiz duas desde agosto de 2009 (e estamos em maio de 2011). Estou para não viver!!!
Passo tanto tempo sozinha que quando converso com alguém sinto que estou sofrendo da “síndrome do papagaio”: fico falando até quando a pessoa não está ouvindo. É... tornei-me uma “concurseira”!! Mas ainda não estou no ponto de passar, pois, segundo uma amiga minha, a mulher só está no ponto de passar quando ela se torna uma baranga e, por enquanto, ainda tem gente me achando bonita. (Preciso “abarangar” para ficar mais confiante nos concursos... hehehe...).
As viagens... me fazem tanta falta, mas eu preciso manter o foco!! Sempre!! Contudo, como se eu pudesse ver através dos olhos dos outros, fico “sugando” informações dos meus amigos, dos conhecidos e até dos desconhecidos!! Fico procurando “viver”, um pouquinho que seja, a emoção de viajar... de ver novos lugares... novas culturas... conhecer outras pessoas... enfim, adquirir conhecimento e lembranças!! Vou vivendo como “uma parasita das viagens dos outros”!
Segue o último “e-mail”(enviado em 21/05/2011) que mandei para ver dicas de uma viagem:

"Oi, pensei em você nesses últimos dias, pois o que eu vi, li ou ouvi tinha alguma coisa a ver com “New York”.
Associei você a NY nos últimos dias, então, inevitavelmente, acabo lembrando de você. Até um filme que inventei de assistir sexta-feira (“Something borrowed” – filme bem água com açúcar, porém legal) era ambientado em NY. Por isso resolvi escrever para lhe desejar um ÓTIMA VIAGEM para sua NY, sim, por que na minha cabeça, Nova Iorque já é sua!
Se morássemos na mesma cidade, iria lhe fazer uma encomenda (por mais que eu tenha visto seu alerta no MSN!). Iria lhe pedir uma folha do Central Park (local que irá fazer “as vezes” do “seu” Ibirapuera – sim, porque, para mim, ele também é seu – para suas corridas, se houver um tempinho para elas). É... mas esse posto de coisas inusitadas já é de Joselito (e não é o sem noção – aliás, só quando ele inventou de me trazer uma “carranca” do Drácula). Mesmo que não o fosse, não teria a mesma graça, pois era provável que eu nunca visse a tal folha, por mais que, por alguma hipótese, você se dispusesse a trazê-la.
Calma, não ficará impune, porque você é “O” cara das dicas!!
Queria uma dica... na verdade, estou querendo viver um pouquinho através de seus olhos. Ver um pouquinho do que você ver por aí afora. Fazer você de “apoio” (você disse que eu estava fazendo isso, agora aguente! Heheheh – brincadeira...). Calma, já disse... Não fique em pânico!!! Só quero duas fotos... Não, não são fotos suas, porque eu sei que você nunca mandaria... São “fotos de dicas” para o dia que eu for conhecer a sua NY: o lugar mais bonito; o restaurante mais exótico (me descreve o sabor...); o lugar do Central Park que mais lhe chamou atenção quando deu sua corridinha por lá; o “lugar” mais engraçado ou mais aconchegante... não sei, só duas, só duas dicas... não vai doer em você e tornará meus rotineiros dias menos rotineiro, pois me permitirei pensar no dia em que voltarei a viajar como eu gosto. Meus pensamentos motivam e movem minhas ações. Pensar nas prováveis coisas boas do futuro, ajudam a me concentrar nos enfadonhos dias do presente.
Imagine meus olhos sorrindo e lhe pedindo isso com um “por favor” bem “por favoooor” (até por que é um favor mesmo..). O quê? Já está esquecendo o português por causa de algumas semanas em NY?? Mando um “please” bem “pleeeeease”! Agora não tem desculpas... ;D
AaaaaaaaaaaaaaH!!!! Tá bom...
Só para lhe desejar mesmo uma boa viagem!! Que você aproveite muito o curso e, depois, o tempinho de folga para relaxar um pouco (as pessoas precisam relaxar de vez em quando...).
Beijo grande e um abraço forte!! Felicidade, sempre!" 

E, assim, eu vou aguardando as respostas... vou vivendo o mundo através dos olhos dos outros...
Vou vivendo através das cartas... dos e-mails... das lembranças de viagens... e da minha própria imaginação.

AnMi

sábado, maio 21, 2011

Mistérios de um olhar

Um sorriso doce, um olhar cativante.
Um homem e um mistério.
Que perigos podem existir??
Apenas um belo sorriso??
Duvido.

Sentir sua presença.
Sentir seu calor.
Sentir seu olhar.
 
Seu olhar...
Diferente, mágico...
Seu sorriso...
Menino, doce...

Perigos...
Arriscar??
Um mistério...

**Escrito em 2005, esse texto é uma homenagem a um amigo querido, que continua o mesmo moleque de sempre (Acredita que uma vez me pagou um sorvete só para me ver com o rosto lambuzado? Eu não sei tomar sorvete!!).

Cena do filme: chuva. Lembrança: realidade.


Tenho tanta, tanta, tanta, tanta... tanta coisa para escrever que não sei nem por qual assunto começar.

Hoje (ou ontem, uma vez que já são 03h20' da madrugada), em razão da mudança que fiz na minha vida, tive aula no período matutino e noturno. Durante a tarde “vagabundei” no shopping como não fazia há muuuuito tempo numa sexta-feira. Almocei com minha mãe, depois tomamos um café com as “”Luluzinhas” e fui ao cinema (pois a tarde de estudos já estava esfacelada mesmo). Assisti o filme “O noivo da minha melhor amiga” (Something Borrowed). E?? PQP!! Comecei a pensar muito na minha vida “amorosa” por causa de uma determinada cena do filme. Por quê? Porque eu sempre fiz como a advogada Rachel do filme... eu sempre desisti, por que era mais fácil “sair pela tangente”. É mais fácil dizer que não acredita nesse negócio de lutar por amor. Dizer que as pessoas se escolhem. Achar que o amor é fundamental e que a parte física (beleza e sexo) devem sempre ficar em segundo plano. Pois é.. sexo para mim é um tabu. Chocou-se? Problema seu, pois todas as pessoas são diferentes. (Viu só como eu ajo?? Terrível... Juro que sou a dona da verdade, mas acho que não sou mais dona nem do meu nariz!)

Voltando à cena do filme. As personagens Dex e Rachel deixaram de falar ou de agir no passado e só se dão conta disso uns seis (06) anos depois – no filme, tudo acaba se acertando. Ótimo para eles!! Porque no meu caso, parece sem jeito. Não, não pense que sou uma criatura seca, sem coração. Já me apaixonei, tive um grande amor, me senti muito amada... bom, no final, eu sempre estrago tudo. Estrago mesmo, às vezes nem deixo a história começar.

Tenho mil mecanismos de fuga.

Tenho uma “couraça” quase intransponível. Meus sentimentos?? Nossa Senhora!! Consigo disfarça-los tão bem e tenho um autocontrole tão grande que penso que poderia ser atriz. Porém, quando me deixo falar... sofro. Sofro porque não sei (e nem teria como adivinhar) o que a outra pessoa sente. O pior de tudo é ficar achando que o homem só tem a visão do físico. Sim, às vezes penso que o que eles falam não é verdadeiro, é tão somente para tentar lhe levar para cama.

Duro é descobrir, anos depois, que um sentimento fortíssimo foi obrigado a se “enterrar”. Foi enterrado vivo. Vivíssimo. Quente. Forte. Inexplicável.

Essa semana tive contato, ainda que não pessoalmente, com três situações (caras) que estiveram na minha vida.

O 1º foi alguém por quem me apaixonei em 2004 (2004-2007) (amei muito, muito mesmo. Fiquei sem chão quando resolvi que era melhor terminar, pois alguns problemas entre nós estavam se agravando, o que deu abertura para uma 3ª pessoa se aproximar. Ele casou com essa 3ª pessoa, mas, sem qualquer sombra de dúvida, o amor foi “enterrado vivo”, de modo que ele ainda grita tentando ser ouvido... está sufocado). (E se?)

O 2º (2007-2010) foi alguém que me amou muito e que eu tentei, com todas as minhas forças, retribuir. Eu fracassei. Talvez porque depois de uma amor tão forte, a “terra” não tenha tido nutrientes suficientes para nutrir esse novo amor. (E se?)

O 3º (abril e os primeiros 4 dias de maio de 2011) foi alguém distante que fez surgir uma empatia. Não posso explicar. Não consigo. Só sei que me senti apaixonada mais uma vez. É... mas sabe o que acontece?? Meu lado hiper mega racional vem e... fiz todos os balanços, levanta os prós e os contras... acha sempre mais contras.. Bom, sufoquei a possibilidade do amor e/ou da paixão. Cometi um “infanticídio” com o amor-paixão que estava nascendo. Julguei ser impossível. Tanto o amor vingar, como o fato do carinha está realmente com intenções duradouras (denominemos assim) comigo. Mas uma vez, sofri. Dessa vez foi pouco, foi proporcional ao tempo que nos comunicamos. Mesmo assim... ainda penso. (E se?)

Fora os outros carinhas que percebi de longe que não queriam nada com nada. Esses? Mandei passear bem longe do meu jardim.

A vida é feita de escolhas. Eu escolhi ser mais “tradicional”. Posso até sofrer mais com isso, mas é uma escolha minha. Ou será que não é? O fato é que às vezes sinto necessidade de arriscar mais. Penso demais. Calculo demais os riscos. Fujo demais. Porém, no fim das contas, eu me sinto feliz. Por que, hein?

Concluo que foram três caras diferentes, com três formas de sentir. Gostei de ter vivido as três experiências, por mais que elas ainda perturbem o meu juízo. É melhor ter vivido, ainda que contido.

Acho que esmiuçarei essas três situações em outras publicações, porque esse texto já foi muito além do que deveria.

Ficarei com meus pensamentos (absolutamente ocultos e com o coração mais confuso que letra de médico).

Descobrindo a volta

Tantas coisas aconteceram em minha vida. Fatos, pensamentos, opiniões, observações, “achismos”, “paixonites”, enfim... “muitas coisas” ocorreram nos meses seguintes a minha última postagem (em 2009). Nem tudo posso falar, não posso ser tão franca. Mostro-me e me escondo, concomitantemente, atrás das palavras.

Ia e vinha, no período em que não escrevi.

Ia e vinha, somente para ler o que eu mesma havia escrito.

Ia e vinha, tudo que aqui estava escrito ainda era real, verdadeiro.

Ia e vinha, lia.

Ia e vinha, pensava.

Ia e vinha, chorava.

Ia e vinha, sentia saudades.

Ia e vinha, sorria.

Ia e vinha, lembrava.

Cansei de ir e vir passivamente. Retomarei a escrita.

Sinto a necessidade de falar e de escrever o que sinto, das coisas que passo.

Em dois anos mudei minha vida. Não digo que para melhor ou pior, apenas mudei. Sinto-me aliviada, ao mesmo tempo que a mudança (ou o caminho que preciso traçar para a mudança) me traz angústia, incerteza, um certo desespero.

Esse blog tomará um rumo diferente, uma vez que será mais prosa que versos. Preciso expressar: o caminho, os pensamentos, as impressões, os sentimentos, a alegria, o amor, a dor, família, amigos, encontros, desencontros, o sonho, a persistência, a busca, a constância, os livros, os filmes... e todos os outros substantivos do meu dia a dia que eu conseguir verbalizar.